quarta-feira, 30 de janeiro de 2013

TEXTO TEATRAL - Fantasma Camarada (Original Hellen Louise Miller)


PAI (ao telefone): - Mas se eu já lhe disse mil vezes que temos procurando casa sim. Parece que não existem casas para alugar ou vende nessa cidade. (Pausa) Já sei que a lei lhe faculta como proprietário, o direito de ocupar a casa em seis meses. Mas o que posso fazer? Seja razoável. Se ao menos você nos vendesse a casa. (Pausa) Está bem, está bem. Já sei que falamos nesse assunto, mas às vezes mesmo um homem tão decidido como você pode mudar de idéia. Escute Souza porque você não passa aqui logo mais para conversarmos pessoalmente? (Pausa) Então está resolvido. Estaremos a sua espera. (Pausa) Sim, creio que veremos sua filha antes disso. Até logo, o Sr é um homem muito bondoso. (Desliga) Velho safado com tantas casas tem que tomar logo a nossa?
ROBERTO (entrando) – olá papai, que tal? Estou irreconhecível?
PAI (olhando de cima a baixo)-Sinceramente eu não te conheço. Pra que uma roupa tão... Extravagante?
ROBERTO - Eu e Margô vamos a um baile de mascaras. Ela vai trazer minha fantasia logo mais.
PAI- Ela virá com certeza com o pai dela. Aquele mão de vaca insisti que nos mudemos logo expirar o prazo.
ROBERTO- Não sei como aquele velho ranzinza conseguiu ter uma filha tão boazinha como a Margarida. E por que não vende logo esse “barraco”, e acaba duma vez com toda essa história?
PAI- Não adianta discutir comigo. A culpa é
Lucas (Entra interrompendo a cena)- De Gerciane.
PAI- Também. Mas você ta na peça errada viu (empurra ele para fora) Cai fora que aqui é sério.
ROBERTO- O que ia dizendo papai?
PAI- Que a culpa é do Souza. Você imaginou o trabalho que teremos para mudar daqui com todo esse lixo? Mesmo se conseguirmos a casa por milagre?
ROBERTO- Sim, se mamãe continuar ganhando todos os concursos do rádio e da TV teremos que nos mudar para um museu.
PAI- Aqui já é um. Daria para ter uma aula de história por aqui. Do meu lado esquerdo é possível ver o primeiro armário do mundo.
ROBERTO- E este armário?
PAI- Sua mãe comprou ontem.
ROBERTO- Comprou? (olhando para o armário) Parece mais a caixa de papelão de uma geladeira. Quanto ela gastou nisso?
PAI- Sinceramente nem sei nem quero saber. Será que essa habilidade dela poderia ser revertida para ganhar uma casa?
ROBERTO- Eu me contentaria com um reboque. Mas onde está a minha mãezinha? Gostaria que ela chegasse logo. Tá na hora do rango velho.
PAI (irritado) – Do que você me chamou, seu moleque eu vou te matar. (Pula para cima do filho o esganando enquanto a senhora MEIRELLES entra bonita e energética)
MÃE- Jorge larga ele, isso são as novas gírias do momento.
PAI- Também ele não explica direito.
MÃE- Agüentem um pouco porque a comida está quase pronta.
ROBERTO- O que vai ser?
MÃE- Miojo.
ROBERTO (cara de nojo)- Era melhor ter ficado calado. Bem mamãe chegou uma carta pra senhora.
(ROBERTO entrega a carta para MÃE que grita sem parar)
PAI- Porque isso tudo.
Mãe- Estão tentando se diverti as minhas custas. Leia a carta.
(senhora MEIRELLES passa carta ao pai)
PAI- Nós da Sociedade Sobrenatural Americana temos o prazer de informar que a sua redação “porque não acredito em fantasmas” Ganhou o concurso. A senhora ganhará um fantasma.
ROBERTO- Essa agora. No meu quarto ele não dorme.(PAI bate com o jornal na cabeça do filho) Ai!
PAI- Isso não existe garoto. Agora vamos almoçar sim, porque estou faminto.
MÂE- Pelo menos o seu pai tem juízo Roberto, acreditar em fantasmas. (Ela dá uma tapa na cabeça de ROBERTO)
ROBERTO- Ai!
MÃE- Sinceramente, você puxou a família do seu pai.
PAI- Pelo menos não é meu irmão que pensa que é um papagaio.
MÃE- Não começa, senão você vai ver como ganhei o campeonato de boxe de setenta e seis. (Mãe dá vários socos no ar.)
PAI- Ok, essa é uma história muito interessante que deveria entrar na aula de ciências da sétima série.
MÃE- Por quê?
PAI- Por que é a aula que todo mundo dorme. (todos acenam positivamente, quando estão saindo) Espere um pouco Emilia. Você vai deixar esse armário ai?
MÃE- É mesmo eu nem tinha reparado. Nós vamos levá-lo para cima depois do almoço.
ROBERTO- Isto significa que este burro de carga vai leva para cima depois do almoço.
MÃE- Esperem um pouco. O armário que eu comprei foi desmontável.
PAI- Podemos guardar nele um monte de trastes para a mudança.
MÃE- Mudança? Aquele velho pão duro do Souza não quer vender essa casa? (Experimenta o armário) Ele é lindo. Vejam como as portas se abrem facilmente. (Abre a porta e aparece o fantasma) (Está vestido com uma capa branca bem grande e uma mascara)
TODOS (gritando alto)- AH!
FANTASMA (Tirando a mascara e a capa) - |Como eu gostava de usar isso. O Drácula morria de medo na reunião dos monstros.
ROBERTO- Dracula?
FANTASMA – Sim ele era casado com uma sobrinha minha. Éramos amigos. (Ele olha para a mãe) Meu nome é Gaspar Zinho. Brincadeira. Chamo-me Espeque. Dona Emilia na se assuste, não preciso explicar minha presença (Mostra a carta e anda carregando uma mala) Vejo que foram avisados da minha presença embora sempre cause esse efeito nas pessoas. (Ele fecha a boca do Pai) Onde poderei deixar minha mala.
PAI (gaguejando) – Você veio para ficar?
FANTASMA – Naturalmente. Mas não se preocupe um sótão para mim já é o bastante.
ROBERTO- Que roupa é essa espeque? Parece enfermeiro.
FANTASMA- É que eu gosto de me vestir assim, é bem legal. Irei para o sótão guardar minha sonoplastia.
MÂE- Sonoplastia?
FANTASMA- Sim, meus efeitos de som, ranger de correntes, uivos e etc. Tenho certeza que nos daremos bem e podemos nos ajudar mutuamente.
PAI- Nos ajudar?
FANTASMA- Espere e verá. Agora Roberto mostre-me o caminho.
(Roberto e Espeque saem da sala, o pai e a mãe se sentam)
PAI- Hum, isso me dá uma idéia.
MÃE- Que idéia?
PAI- Podemos usar Espeque para assustar o Souza, para o Souza vender a casa.
MÃE – O que um fantasma come?
PAI- Não faço idéia.
MÃE- Quando o Souza vai vim?
PAI- A noite, por quê?
MÃE- Isso é teatro, daqui a dez segundos é de noite.
(As luzes apagam e acendem de novo)
PAI- É bem eficaz. (Batida na porta) Eu atendo. (A porta se abre e o senhor Souza entra com sua filha e seu filho) Souza a quanto tempo.
SOUZA – Não sei dois dias.
LUCAS – Tecnicamente, vocês nunca se encontraram nessa peça.
SOUZA- me desculpe esse é meu filho Lucas, ele é mudo.
LUCAS- Olá.
PAI- Tudo bem, que mudo é esse que fala?
SOUZA- É que ele é o mudo com um problema. Ele fala. Bom se lembra da Margarida.
PAI- Oi Margarida.
MARGARIDA- Oi, cadê o Roberto.
PAI- Ele está no banheiro.
MARGARIDA- Eu trouxe a fantasia dele.
ROBERTO- Oi senhor Souza, e Tchau Pai.
PAI- Tchau mocinho e comporte-se.
ROBERTO- Eu prometo que eu não vou me comportar.
( ROBERTO SAI COM MARGARIDA MAIS VOLTA)
MARGARIDA- Papai venda a casa, por favor, e não seja ranzinza.
SOUZA- Também te amo.
(ROBERTO E MARGARIDA SAEM)
PAI- Entre, iremos jantar.
SOUZA- Obrigado, mas vim aqui para dizer que vão se mudar quando expirar o prazo e não mudarei de idéia.
LUCAS- E tenho dito. (O pai o encara furiosamente) Mas sou mudo e vou ficar calado.
(DENISE desce)
DENISE- Oi Lucas não te vejo desde a festa da semana passada. Você cantou demais.
LUCAS- Foi demais, quer dizer se eu tivesse ido e se eu soubesse falar ficaria calado agora.
SOUZA- Acho muito bom.
MÃE- Sinceramente como esse mudo fala?
PAI- Não quer mesmo jantar Souza?
(Souza senta na cadeira)
SOUZA- Não quero jantar. Quero que se mude.
(O filho concorda positivamente)
DENISE- Por que não nos vende essa casa afinal?
SOUZA- Não sei, não achei o resto da peça na web. O mais importante é que não vou vender a casa nem se um fantasma pedisse.
FANTASMA (Bem atrás de SOUZA) – Que interessante, porque vim aqui pedir que o senhor venda a casa.
SOUZA (Gritando e correndo) – Um fantasma socorro! (Ele pega o telefone) É da Policia tem um fantasma aqui. (Pausa) Como assim “ligue para o caça fantasma”?(Pausa) Não o fantasma não cometeu nenhum crime. (Pausa) Não vão prende-lo? (pausa) Passar mal (desligando) A policia brasileira é uma droga. Onde estava?
FANTASMA- Estava correndo e gritando.
SOUZA- Era isso mesmo. Obrigado.
(E sai correndo)
FANTASMA- Esperem um segundo que eu trago o pedido de venda da casa.
( E sai correndo)
PAI- Olha, cada segundo que se passa isso fica mais louco.
(Fantasma volta com papel assinado)
FANTASMA- Jorge ele vendeu a casa, o que temos para jantar.
MÃE- Não preparei nada para você não sei o que um fantasma come.
FANTASMA- Eu como pizza.
MÂE- Pizza faz mal, vai comer verdura. (Fantasma tenta assustar a mãe urrando) Nem venha mocinho, você tomou banho? (Vão saindo) Vá lavar as mãos e escovar esses dentes.
DENISE- É a vida. Cada minuto uma loucura a mais, pai podemos comer pizza?
PAI- Você tem dinheiro pra comprar uma pizza?
LUCAS- Aqui não é todo mundo odeia o Chris, Julius.
PAI- CALADO.
(LUCAS sae com DENISE e o PAI sae logo atrás)
PAI- Essa foi a nossa peça.
(Fecha a porta

4 comentários:

  1. é legal mas muito grande nao consigo copiar tudo a tempo entao nao vou apresentar na escola esse texto mas é bem legal

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  2. Que bom Anônimo, que achou interessante, meus alunos do 2º ano fizeram uma apresentação teatral e ficou ótimo....Boa sorte em suas leituras....
    Um abraço....

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  3. Amei este texto, me ajudou muito...Ele é bem o que eu estava procurando divertido e muito interessante amei.

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  4. SKKSKSKK vlw ae man, já fiz meu trabalho KSAKSKAKSASAS

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